sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Padrões pré-socráticos de inquirir a natureza - Anaximandro


Foi discípulo de Tales de Mileto;

Atribui-se a Anaximandro a confecção de um mapa do mundo habitado, a introdução na Grécia do uso do Gnômon (relógio solar) e a medição das distâncias entre as estrelas e o cálculo de sua magnitude (é o iniciador da astronomia grega);

Acreditava que o princípio de tudo é uma coisa chamada ápeiron, que é algo insurgido e imortal. O a-peiron era a realidade primordial e final de todas as coisas e, consequentemente, continha toda a natureza do divino em si próprio;

Ele diz que o mundo é constituído de contrários, que se auto-excluem o tempo todo;

O Sol, para ele, é um furo numa das rodas cósmicas, que deixava o fogo escapar. À medida que essa roda girava, o Sol também girava, explicando-se assim o movimento do Sol em torno da Terra. Eclipses se deviam ao bloqueio total ou parcial desse furo;

Segundo Anaximandro, os animais nasceram do lodo marinho e o homem teria se formado, no princípio, dentro de peixes, onde se desenvolveu e donde foi expulso porque que se tornou de tamanho suficiente para bastar-se a sim próprio;

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Tales de Mileto (624-558 a.C.)

















É o marco inicial da filosofia ocidental. De ascendência fenícia, nasceu em Mileto, atual Turquia. Acreditava que a água é a origem de todas as coisas.

Verificou a permanente transformação das coisas umas nas outras e sua intuição básica é de que todas as coisas são uma só coisa fundamental, ou um só princípio, que denominou como Arché.

Introduziu a geometria na Grécia, tendo estudado retas e ângulos com os egípcios e estudou a primeira medida de tempo utilizando o relógio solar, fato que o beneficiou quando, estudando o céu, conseguiu prever uma situação apropriada para a colheita de azeitonas. Conseguiu determinar atividades apropriadas para cada estação do ano.

Tales também pensava sobre a alma, chegando a conclusão de que esta seria cinética e que está cheia de deuses. Acreditava que a alma se movia.

Descobriu que determinada rocha meteórica, achada na cidade de Magnésia, possuía curiosa atração por objetos de ferro. Com isto, iniciou estudos relacionados a magnetismo.

O surgimento da ciência

O que é a ciência?


















É o conjunto de conhecimentos socialmente adquiridos ou produzidos, historicamente acumulados, dotados de universalidade e objetividade que permitem sua transmissão de forma estruturada, com métodos, teorias e linguagens próprias, que visam compreender e orientar a natureza e as atividades humanas.

Não há critérios aceitáveis de demarcação entre ciência e não-ciência (metafísica).

Muitos autores descreveram prováveis fronteiras entre o científico e o metafísico.

Qual é a importância dos mitos para o avanço científico?



  • Mito
Na Grécia antiga não havia distinção entre natureza, humano ou divino.

  • Razão
Advento posterior aos mitos. Nesta fase os mitos são questionados e desacreditados ou não, a partir dos fatos observados.

A razão encontrou base sólida no mundo material. Tudo o que se pode concluir a partir da razão deve estar ligado a fatos materiais, perceptíveis pelos sentidos. Portanto, os mitos passaram a ser fonte de inspiração para a Filosofia e, posteriormente, para a ciência empírica.

Elementos Epistemológicos da Teogonia Grega de Hesíodo

Linguagem - utilizavam associação com processos naturais, visto que a linguagem ainda era primitiva.

1) ..."guiado por Eros (o amor), os deuses se reproduzem";

Identificação da união sentimental

2) ..."Cronos sabia que ia ter um destino semelhante ao do seu pai, ser destronado por um de seus filhos."

Medo da morte

3) ..."Zeus engoliu Métis e ficou astucioso"

Somos o que comemos?

A linguagem evolui com o tempo e novas palavras são criadas para que um novo evento possa ser explicado de acordo com a cultura de cada época.

O que é um mito?

1) Antrop.: Narrativa de significação simbólica, transmitida de geração em geração e considerada verdadeira ou autêntica dentro de um grupo, tendo geralmente, a forma de um relato sobre a origem de determinado fenômeno, instituição, etc., e pelo qual se formula uma explicação da ordem natural e social e de aspectos da condição humana;

2) Pessoa ou fato assim representado ou concebido;

3) Narrativa na qual aparecem seres e acontecimentos imaginários, que simbolizam forças da natureza, aspectos da vida humana, etc;

4) Narrativa de tempos fabulosos ou heróicos;

5) Ideia falsa, sem correspondência na realidade;

6) Representação (passada ou futura) de um estágio ideal da humanidade.

"Qual é o animal que tem quatro patas de manhã, duas ao meio-dia e três à noite?"
(Édipo e a Esfinge)

Os mitos, durante milênios, serviram como uma forma de se preservar a história de uma determinada cultura. Materializam as vivências e aprendizados e, também, a forma como se via a natureza e seus perigos. Alguns mitos chegam a ter conteúdo visionário.

domingo, 2 de agosto de 2009

Objetivo

Com este blog não pretendo mostrar nenhuma grande novidade científica muito menos espiritual. Acredito que tudo o que havia para ser dito já foi dito de diversas formas diferentes, em diversas línguas e culturas.

Como pesquisadora, tento preencher uma lacuna que acho ser importante para a evolução dos estudos relacionados a geologia ou a qualquer outro estudo onde se possa perceber sua aplicação prática.

Os paradigmas se tornaram verdadeiros escudos protetores contra aqueles que ousam apresentar novos pontos de vista. Isto tem que ser mudado. A pesquisa científica não pode ser comparada a uma guerra.

Proponho, com os estudos de Teoria do Conhecimento, que tornemos mais leves e assertivas as proposições e mudanças de paradigma. Que o objeto de estudo não seja confundido com o pesquisador. Que o pesquisador não se confunda com Deus. Que o Criador possa nos mostrar a dança harmônica do universo.

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Epistemologia - definição



Do grego

Epistéme: ciência, conhecimento;

-logia: arte, tratado, exposição cabal, tratado sistemático de um tema, ciência.

"Conjunto de conhecimentos que tem por objetivo o conhecimento científico, visando explicar os seus condicionamentos (sejam eles técnicos, históricos ou sociais; sejam lógicos, matemáticos ou linguísticos). Sistematização de suas relações, esclarecendo seus vínculos e seus resultados e aplicações."

Fundamentos

"A filosofia da ciência sem a história da ciência é vazia; a história da ciência sem a filosofia é cega."

(Lakatos, 1983)

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Introdução

Este blog foi criado com a intenção de se tornar uma referência em Epistemologia da Geologia, Metodologia Científica, Educação para a ciência e em História das ciências naturais.

O título faz referência ao livro "A Origem das Espécies" de Charles Darwin, publicado pela primeira vez em 1859. Neste livro, Darwin tenta resolver um grande problema de sua época, utilizando para tal, as teorias científicas naturalistas que achou mais convenientes. Entre estas teorias, a que mais influenciou suas conclusões foi a Teoria Uniformitarista (ou Gradualista) de James Hutton. Com esta teoria, Hutton se tornou o pai da Geologia moderna. O uniformitarismo mostra que a formação da crosta terrestre ocorreu ao longo do tempo geológico por processos graduais e não por cataclismos eventuais. Charles Lyell, o popularizador desta teoria, acrescentou ainda que o presente seria a chave do passado, ou seja, o passado seria igual ao presente, inclusive em intensidade, nos processos atuantes na dinâmica interna e externa da Terra.

As outras teorias proposta naquela época foram a Teoria Catastrofista de Georges Cuvier e o Netunismo.

A Teoria Catastrofista surgiu a partir do estudo dos fósseis. Cuvier é considerado o pai da Paleontologia. Explica que as alterações que ocorrem na Terra são consequências de fenômenos súbitos causados por acontecimentos catastróficos; que eram considerados manifestações da intervenção divina. Chegou a esta conclusão com a descoberta de fósseis de seres vivos que não existiam mais e que seriam únicos em determinados estratos geológicos.

Os Netunistas acreditavam que as rochas se formavam em quatro séries sequenciais a partir das águas do mar primevo, como relatado na Bíblia. Para explicar a descida do mar primevo os netunistas, como Steno, postulavam que as águas sumiam para dentro de imensas cavidades no interior da Terra.

Nota-se, a partir destes textos, que Darwin representou em sua teoria geral da evolução o pensamento gradualista e, em parte, o pensamento Netunista. O Catastrofismo encontrava-se bastante discriminado por, de certa forma, fazer referencia ao dilúvio bíblico.

A Revolução Industrial, iniciada em meados do século XVIII impulsionou todas as áreas científicas a se desvencilharem dos dogmas religiosos. Esse momento de passagem marca o ponto culminante de uma evolução tecnológica, econômica e social que vinha se processando na Europa desde a Baixa Idade Média, com ênfase nos países onde a Reforma Protestante tinha conseguido destronar a influência da Igreja Católica: Inglaterra, Escócia, Países Baixos e Suécia. Nos países fiéis ao catolicismo, a Revolução Industrial eclodiu, em geral, mais tarde, e num esforço declarado de copiar aquilo que se fazia nos países mais avançados tecnologicamente.

terça-feira, 7 de julho de 2009